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Chuvas frequentes atrasam semeadura de trigo

O valor médio da saca de 60 quilos aumentou 0,88% na última semana


Foto: Canva

As condições climáticas variáveis estão afetando a semeadura do trigo em diversas regiões do Rio Grande do Sul. Conforme o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (18/07) pela Emater/RS-Ascar, algumas áreas enfrentam desafios devido às chuvas frequentes, que têm atrasado a semeadura. Em outras regiões, a alta umidade do solo tem retardado a emergência e o desenvolvimento das lavouras. Atualmente, o plantio atingiu 85% da área total.

Na região de Bagé, o plantio está em fase de conclusão na Fronteira Oeste, mas produtores estão preocupados com os altos custos de produção e os preços pouco atrativos do grão. Em média, foram disponibilizados R$ 3.150,00/ha para custeio das lavouras, exigindo produtividade de 45 sc./ha para cobrir os custos e encargos financeiros. Em Itacurubi, o plantio avançou pouco, atingindo 85% da área estimada, mas foi afetado pela falta de chuvas. Em Maçambará, houve redução de 20% na área plantada, com alguns produtores optando por adubação verde ou deixando áreas em pousio. Em Manoel Viana e São Borja, o plantio foi concluído, mas a falta de chuvas preocupa os produtores. Na Campanha, produtores de Hulha Negra, Candiota e Aceguá enfrentam dificuldades para acessar insumos devido às restrições de crédito, resultantes da safra de verão frustrada pelas chuvas excessivas de maio. Em Candiota, apenas 50% da área estimada foi plantada, e em Hulha Negra, apenas 20%. Em Bagé, alguns produtores desistiram da cultura, optando pela aveia. Em Caçapava do Sul, o plantio foi concluído.

Na região de Caxias do Sul, as chuvas frequentes e a alta umidade do solo impediram a semeadura, que atingiu apenas 20% da área prevista. Muitos produtores consideram desistir de semear as lavouras devido ao atraso, que comprometeria a colheita e a semeadura subsequente. As lavouras emergidas apresentam coloração pálida devido à falta de insolação. Na região de Erechim, 95% da área estimada foi plantada, mas as condições climáticas adversas têm atrasado o desenvolvimento das lavouras. As plantas emergidas estão em fase de desenvolvimento vegetativo, apresentando crescimento lento devido à baixa luminosidade e ao excesso de umidade. Em Frederico Westphalen, a umidade do solo atrasou a semeadura de 10% da área prevista. As lavouras estabelecidas estão em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo, mas a baixa radiação solar e o excesso de umidade têm gerado preocupações quanto ao estado fitossanitário das plantas. A expectativa de produtividade é de 3.390 kg/ha, 10% superior à inicial.

Na região de Ijuí, a alta umidade impediu a continuidade da semeadura. As lavouras semeadas no final de junho apresentam emergência lenta, mas sem danos nas sementes. O desenvolvimento das plantas continua lento e com coloração verde-pálida. Em Passo Fundo, 55% da área foi semeada, mas as operações estão atrasadas devido às condições climáticas adversas. Os produtores aguardam melhorias no clima para continuar as operações de plantio.

Em Pelotas, a semeadura está atrasada devido ao clima chuvoso, com apenas 49% da área semeada. No entanto, as lavouras semeadas estão em pleno desenvolvimento vegetativo e sem problemas fitossanitários. O frio nesta fase é benéfico para a cultura. Na região de Santa Maria, a semeadura está quase concluída, ultrapassando 90% da área plantada. As plantas estão em emergência e início de desenvolvimento. As chuvas recentes têm favorecido o crescimento das lavouras. A primeira estimativa para a safra de 2024 indica uma área de 91.563 hectares e produtividade estimada em 2.968 kg/ha.

Na região de Santa Rosa, a expectativa é de cultivar 290.705 hectares, com produtividade inicial estimada em 3.286 kg/ha. A semeadura avançou, com 99% das lavouras em desenvolvimento vegetativo e o restante em floração. As baixas temperaturas têm favorecido o perfilhamento e a sanidade das plantas, apesar da ausência de sol.

Em Soledade, o excesso de umidade tem dificultado o término do plantio. As lavouras semeadas na primeira quinzena de junho apresentam crescimento atrasado, mas há potencial de recuperação caso o clima normalize. Tratos culturais, como adubação nitrogenada e controle de plantas invasoras, foram iniciados, sendo favorecidos pela umidade. O valor médio da saca de 60 quilos aumentou 0,88% na última semana, passando de R$ 68,28 para R$ 68,88. O produto disponível foi cotado na Bolsa de Cereais de Cruz Alta a R$ 80,00/sc.

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